Manual do teste de software: tudo o que você precisa saber
O teste de software é um processo indispensável para o desenvolvimento de sistemas eficientes, confiáveis e seguros. Organizações de todos os segmentos […]
O teste de software é um processo indispensável para o desenvolvimento de sistemas eficientes, confiáveis e seguros. Organizações de todos os segmentos investem neste processo para oferecer uma melhor experiência aos seus usuários.
Neste manual, a Vericode reuniu tudo o que você precisa saber sobre o assunto: conceito, tipos, como funciona, melhores práticas e muito mais.
Boa leitura!
1. O que é teste de software;
2. Como funciona um teste de software;
3. As 3 abordagens de teste de software;
4. Tipos de teste de software;
5. A automação de testes de software;
6. Melhores práticas;
7. Benefícios do teste de software;
8. Ferramentas para testes de software;
9. IA e Machine Learning em testes de softwares;
10. Conclusão
1. O que é teste de software
Teste de software é o processo de verificação da qualidade, funcionalidade e desempenho de um software. Assim, ele atesta que o sistema atende às expectativas.
Considerado um elemento essencial para o ciclo de vida do desenvolvimento de software, é uma maneira eficiente de identificar bugs e falhas que impactam negativamente a experiência dos usuários.
Na prática, o processo garante que a aplicação opere de forma produtiva em situações adversas e com picos de uso e acessos, fornecendo uma experiência de usuário robusta e confiável.
2. Como funciona um teste de software
Em geral, o teste de software é executado por etapas. Esses processos devem ser realizados de forma estratégica e com máximo cuidado aos detalhes:
- Planejamento: nesta etapa, há a definição daestratégia, dos recursos necessários, do cronograma e até de métricas e critérios de avaliação do teste;
- Análise de requisitos: nesta etapa, são realizadas análises de documentação e coleta de feedbacks para entender o que se espera do software;
- Projeto: no projeto, definimos os cenários e os testes que serão executados com o foco em entender a performance geral do sistema;
- Preparação do ambiente: na preparação, o software é instalado em um ambiente controlado, além disso é feita a configuração dos testes e procedimentos;
- Execução dos testes: nesta fase, os testes são, de fato, executados. Além disso, há a documentação das falhas identificadas;
- Registro e análise de defeitos: neste momento, os técnicos realizam as análises para identificar a causa raiz e corrigir os problemas;
- Reteste e reavaliação: depois de eliminar as falhas, é preciso realizar novos testes e garantir a qualidade do software.
3. As 3 abordagens de teste de software
Testes de caixa branca, caixa preta e caixa cinza são as 3 abordagens dos testes de software. Cada um deles, tem um método e objetivo diferente, sendo interessante conhecê-los melhor.
Teste de caixa branca
O teste de caixa branca testa a estrutura interna, o design e a codificação do software. Nele, o profissional consegue ver todo o código-fonte da aplicação e, assim, planeja e estrutura dos casos de teste.
Vantagens | Limitações |
Ajuda a otimizar o código, identificar erros ocultos e garantir cobertura total de testes. | Pode não ser eficiente em detectar problemas de usabilidade. |
Teste de caixa preta
O teste de caixa preta tem o foco em verificar a funcionalidade do software e não considera a estrutura do código. Ou seja, o testador desconhece detalhes do funcionamento interno da aplicação, verificando suas entradas e saídas.
Vantagens | Limitações |
É útil para encontrar incoerências entre as funcionalidades do software e suas especificações. | Por focar no que o software faz e não em como faz, nem sempre identifica erros no código. |
Teste de caixa cinza
O teste de caixa cinza é a junção de elementos do teste de caixa branca e do teste de caixa preta. Assim, é mais abrangente, considerando aspectos do funcionamento interno e externo do software.
Como isso funciona na prática? Enquanto no teste de caixa branca, o testador tem total conhecimento do código e no de caixa preta ele desconsidera isso, no de caixa cinza ele tem conhecimento parcial do código, como algoritmos e trechos específicos.
Vantagens | Limitações |
Garante testes mais direcionados e eficazes, compreendendo a estrutura sem se prender a detalhes do código. | Pode não ser tão eficiente em identificar falhas no código, assim como encontrar erros de usabilidade. |
4. Tipos de teste de software
Existem diversos tipos de teste de software. É interessante conhecer esses métodos para escolher a abordagem ideal para cada projeto.
A seguir, você tem um breve resumo sobre os principais e entende seus objetivos e importância para a engenharia de qualidade. Para facilitar, vamos dividi-los em categorias:
- Testes manuais
- Testes automatizados
- Testes funcionais
- Testes não funcionais
- Testes de segurança
Testes manuais
Os testes manuais são aqueles executados sem o apoio de ferramentas de automação. Assim, o técnico assume o papel de um usuário final e verifica se há algum bug ou funcionamento inadequado.
Podemos usar diversos métodos, como:
- Teste de unidade: valida que todas as unidades do software operam dentro do esperado — a unidade é o menor componente testável de um aplicativo;
- Teste de integração: atesta que os componentes ou funções do software conseguem trabalhar de forma integrada;
- Teste de sistema: avalia a conformidade do sistema com os requisitos, testando-o de forma ampla;
- Teste exploratório: testadores exploram o software para identificar erros nele.
Testes automatizados
Os testes automatizados são executados por meio de outro software, ou seja, há o apoio de ferramentas automatizadas no processo, limitando a interferência humana e seus riscos.
Este modelo é muito mais ágil e eficiente. Além disso, pode ser útil para todos os métodos de testes manuais citados anteriormente.
Testes funcionais
Os testes funcionais são um tipo de teste de software que validam os sistemas em relação aos seus requisitos funcionais. Portanto, seu papel é verificar se o sistema funciona conforme o esperado.
Dentro dessa classificação, podemos listar diversos métodos, com destaque para:
- testes de unidade;
- testes de integração;
- testes de regressão;
- testes de sistema.
Testes não funcionais
Já os testes não funcionais focam em verificar outros aspectos, como como desempenho, escalabilidade, portabilidade e sobrecarga. Nesta categoria, podemos encontrar diversos métodos, como:
- testes de desempenho: visa garantir que o software tenha um bom desempenho sob diversas condições;
- testes de capacidade: verifica como uma aplicação se comporta sob diferentes níveis de carga;
- testes de compatibilidade: valida se o software pode ser executado em diferentes ambientes, como hardware, rede e sistemas operacionais;
- testes de usabilidade: garante que o software seja amigável ao usuário;
- testes de stress: simula condições extremas até causar um problema com foco em verificar como o software se comporta;
- testes de carga: verifica como o sistema se comporta sob as demandas reais dos usuários finais.
Testes de segurança
Os testes de segurança têm a função de verificar se o software não tem vulnerabilidades que podem ser exploradas por hackers. Dessa forma, busca testar a aplicação e rastrear riscos que podem expor dados ou afetar sua usabilidade e eficiência.
É interessante dizer que o teste de segurança costuma ser classificado como um teste não funcional, visto que se concentra em averiguar a robustez, resiliência e configuração de segura do sistema. Porém, ele também pode incluir verificações funcionais, como processos de autenticação.
5. A automação dos testes de software
Conforme mencionado, o teste automatizado é executado por uma ferramenta de automação. Seu objetivo é simplificar e tornar o processo mais eficiente, reduzindo erros e acelerando os resultados.
Dessa maneira, se um tipo de teste pode demandar muito tempo para ser realizado e tiver um impacto de qualidade considerável, é interessante investir na automação.
Um bom exemplo é a verificação das etapas de login a um sistema. Além disso, testes de aceitação, de integração e os não funcionais são, frequentemente, automatizados.
Vantagens dos testes automatizados
Entender as diferenças entre esses dois tipos de teste de software pode esclarecer por que a automação é mais vantajosa em diversos cenários. Entenda!
Agilidade e eficiência
- Em geral, são mais rápidos que os testes manuais;
- Ajudam a acelerar o processo desenvolvimento de software;
- Aumentam a produtividade dos testes.
Custos
- Podem ter um custo inicial maior;
- Geram economia de médio a longo prazo;
- Promovem a economia com a maior precisão dos resultados.
Adaptabilidade
- É ideal para tarefas repetitivas, reduzindo erros humanos;
- Muito eficiente em testes de estresse;
- Em alguns casos, é interessante uma combinação com testes manuais.
6. Melhores práticas
O teste de software é um processo dividido por tarefas e etapas, como definir o ambiente de teste, escrever scripts e avaliar os resultados. Sendo assim, a depender do método escolhido, podem ser ágeis ou mais demorados.
Um teste manual, por exemplo, pode ser útil em um sistema sem um grau elevado de complexidade. Porém, em sistemas mais robustos, a automação faz muito mais sentido.
Neste cenário, a equipe responsável pelos testes precisa ser estratégica a experiente para encontrar o caminho ideal, economizando tempo e recursos. Além disso, deve ter conhecimento de boas práticas que colaboram para os bons resultados. Confira!
Continuous Testing e DevOps
DevOps é uma metodologia ágil que transforma o desenvolvimento de software em uma tarefa muito mais eficiente. Mas sua união com o Continuous Testing (Teste Contínuo) faz gerar resultados ainda mais expressivos.
O Continuous Testing no DevOps se resume na realização de testes automatizados ao longo do ciclo de vida de desenvolvimento de software visando assegurar a qualidade e funcionalidade em todas as etapas.
Continuous Testing | Teste tradicional | |
Frequência | Executado a cada mudança no código. | É uma fase do desenvolvimento. |
Automação | Depende da automação para alcançar seu objetivo. | Pode ser automatizado ou não. |
Ciclo de feedback | Garante feedbacks mais rápidos para o time de desenvolvimento. | O feedback pode ser mais lento, entregue em uma determinada fase. |
Integração com DevOps | Integra-se perfeitamente ao DevOps. | Pode não se integrar ao DevOps. |
Eficiência | É ágil e eficiente. | Pode ser um pouco mais lento, como nos testes manuais. |
Mitigação de riscos | Consegue identificar problemas precocemente. | Pode retardar a detecção de falhas para um momento posterior. |
Dessa maneira, podemos dizer que o Continuous Testing não é uma verificação única ou um ponto final. Pelo contrário, a abordagem se solidifica como um processo contínuo capaz de entregar vantagens interessantes, como:
- detecção proativa e antecipada de problemas;
- coleta de feedbacks contínuos;
- softwares mais estáveis e seguros;
- lançamentos mais rápidos;
- melhor qualidade da experiência dos usuários.
Virtualização de serviços
A virtualização de serviços é uma prática que otimiza os testes de softwares, tornando-os mais rápidos e eficientes. Em resumo, estamos falando de um framework que simula componentes de software.
Na prática, isso possibilita que diferentes profissionais trabalhem ao mesmo tempo no projeto, mas de forma independente. Nesse sentido, com a virtualização você não precisa esperar pelo ambiente de testes para realizar as verificações.
Levando em consideração a necessidade de executar testes de forma periódica, essa abordagem te dá flexibilidade para montar um novo ambiente conforme a demanda, de forma rápida e econômica.
7. Os benefícios do teste de software
O desenvolvimento de software é um processo complexo, em que o risco de bugs e vulnerabilidades é real. Assim, é importante garantir que o sistema funcione conforme o esperado antes de ser liberado para o usuário final.
Veja os principais benefícios de realizar testes de softwares em seu negócio:
Detecta defeitos de forma precoce
O grande foco do teste de software é encontrar bugs e falhas. E o mais interessante é que esses diferenciais são conquistados de forma precoce, antes do lançamento.
Como o sistema é formado por diversos componentes que se interconectam, o defeito de algum deles pode desencadear um efeito cascata e prejudicar o funcionamento de todo as funções.
Dessa forma, quanto mais cedo você corrige códigos quebrados, menos prejuízos terá. Afinal, melhora a qualidade e confiabilidade do sistema.
Amplia a qualidade do sistema
Sabemos que um software de qualidade envolve muito mais do que a falta de bugs. Isso porque, é preciso entregar um produto que atende e excede a expectativa dos usuários.
Neste sentido, é interessante enfatizar como o teste de software opera para a melhoria da sua qualidade geral:
- identifica e corrige bugs;
- garante a qualidade do sistema, mesmo após a adição de um novo código;
- testes periódicos mantém uma boa usabilidade e segurança;
- entregam insights sobre possíveis melhorias e otimizações;
- ajudam a desenvolver um software alinhado com os feedbacks dos usuários.
Aumenta a satisfação dos clientes
Com a realização de testes de softwares eficientes, o cliente tem uma experiência otimizada, melhorando seus níveis de satisfação.
Embora seja difícil assegurar um software totalmente livre de problemas, um produto estável, confiável e útil para os clientes é, de fato, um grande diferencial.
Além disso, a gestão de qualidade de software é um reforço ao cliente de que pode confiar no sistema, que foi testado várias vezes.
Identifica vulnerabilidades e reduz custos
Softwares financeiros, médicos e fiscais, por exemplo, lidam com muitas informações confidenciais e não podem correr riscos de travamentos, falhas e vazamento de dados.
A existência de alguns erros pode gerar grandes danos, prejuízos e até sanções legais. Assim, o teste de software é uma ótima alternativa para proteger o negócio e reduzir custos com inatividade.
8. As principais ferramentas para testes de software
Na hora de realizar os testes de software, a equipe de engenharia de qualidade tem duas opções: criar uma ferramenta do zero ou utilizar uma que já existe e conta com os recursos necessários.
As duas alternativas são válidas, mas é importante lembrar que construir uma ferramenta exige muita experiência técnica, além de investimentos robustos em manutenção interna contínua.
Por outro lado, aproveitar os recursos disponíveis no mercado gera economia e acelera o ciclo de vida do desenvolvimento, já que um fornecedor especialista teve todo o trabalho de desenvolver o melhor sistema.
Sendo assim, fizemos uma lista com as principais ferramentas para testes de software da atualidade. Veja!
Xray
Uma das ferramentas mais usadas atualmente, o Xray tem várias funcionalidades para a gestão de testes de software. Com ela, é possível planejar, criar, executar e analisar relatórios.
Outro diferencial valioso é sua capacidade de integração com plataformas de desenvolvimento, como Jira e Jenkins.
Zephyr
O Zephyré uma ferramenta muito bem avaliada pelos desenvolvedores, pois conta com funcionalidades avançadas para gestão do teste de software, além de relatórios personalizados.
Além da integração com outras ferramentas, como o Jira, ela é muito flexível. Assim, é útil para diversos tamanhos de equipes, das menores às mais robustas.
TestRail
A TestRail é uma ferramenta de teste de software muito intuitiva, com recursos avançados e relatórios em tempo real. Ela também conta com a possibilidade de integração, sendo muito fácil de ser personalizada para as necessidades da equipe.
Apesar de seus diferenciais, pode demandar mais conhecimento e experiência dos profissionais, especialmente em funcionalidades mais complexas.
dott.ai
dott.ai é uma ferramenta de gestão de testes de software que opera com Inteligência Artificial. Por isso, conta com algoritmos avançados capazes de analisar os resultados com muita precisão, identificando padrões e tendências importantes.
Sem dúvidas, é uma das soluções mais promissoras do mercado para qualidade de software. Afinal, a automação inteligente acelera processos e elimina riscos de forma eficiente.
9. IA e Machine Learning em testes de softwares
A Inteligência Artificial e o Machine Learning são grandes aliados dos testes de software modernos. Isso porque, beneficiam os desenvolvedores e para a própria qualidade da aplicação.
Com a popularização das metodologias ágeis e do Continuous Testing, os testes não são mais realizados no final do processo de desenvolvimento. Eles são executados de forma contínua, em que códigos e testes devem ser implementados e testados ao mesmo tempo.
Este cenário aumentou a quantidade de testes necessários, exigindo ainda mais agilidade e precisão. É por isso que a IA e o ML estão se tornando vitais para a engenharia de software.
Com essas tecnologias, a equipe de desenvolvimento consegue realizar testes mais rápidos, abordando diferentes componentes em um tempo bem menor. Dessa forma, os desenvolvedores têm mais tempo para tarefas que exigem sua expertise.
O resultado é uma aplicação muito mais confiável, produzida em menos tempo, de forma segura e alinhada com as expectativas do usuário.
Conclusão
O teste de software é essencial para o desenvolvimento de sistemas, garantindo aplicações com desempenho superior e adequados para as necessidades do usuário final.
Como vimos, existem diversas abordagens e tipos, mas todos são úteis em identificar falhas, atestar a funcionalidade e garantir uma boa experiência.
A Vericode é especialista em testes de software e conduz projetos com profissionalismo, considerando as melhores tecnologias, ferramentas e métodos. É por isso que temos a confiança de grandes marcas e somos líder do mercado.
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