Testes contínuos: o que são e para que servem?
testes contínuos envolvem a execução de ações automatizadas ao longo de todo o processo de desenvolvimento de software.
Novas estratégias e técnicas ganham espaço a cada dia no mercado de desenvolvimento de software. Entre elas, encontram-se os testes contínuos. Essa prática ágil desempenha um papel fundamental para negócios que buscam alcançar a mais rápida qualidade em seu segmento.
Porém, o teste contínuo exige vários níveis de monitoramento, como triggers automáticos, colaboração e ações. Aliás, ele não é fácil de implementar, no entanto pode gerar benefícios únicos para as equipes de desenvolvimento.
Dessa forma, preparamos este texto para que você saiba o que são e para que servem os testes contínuos. Continue lendo e confira!
O que são testes contínuos?
A prática de testes contínuos envolve a execução de ações automatizadas ao longo de todo o processo de desenvolvimento de software, sem pausas. O objetivo é detectar problemas e melhorias na aplicação a cada etapa, do início ao fim.
Desse modo, os testes contínuos não se limitam a simples inserção de tentativas automatizadas no projeto. É preciso levar em conta a automação e a estruturação dos testes, e entender como a técnica pode impactar positivamente no produto.
Aliás, deve-se considerar como os feedbacks serão tratados pela equipe de desenvolvedores para garantir a implementação de soluções eficazes. Inclusive, os KPIs desempenham um papel fundamental na medição de bugs, velocidade e outras métricas, que podem ser aprimoradas para melhorar os processos.
Qual o objetivo de realizar testes contínuos?
Para produzir entregas de alta qualidade, os desenvolvedores de software têm se voltado para práticas ágeis e automatizadas. Assim, com os testes contínuos, a validação do software é constante, e não apenas ao fim do processo. Isso fornece feedbacks rápidos e previne problemas futuros.
À medida que as mudanças acontecem no software, a localização da origem de um erro pode se tornar mais complicada – com correções podendo desencadear uma reação em cadeia de testes de qualidade. Então, se não se verifica o desempenho de forma contínua, o lançamento do software pode passar por adiamento ou até mesmo cancelamento.
A implementação de testes contínuos, dessa forma, tem como objetivo principal identificar falhas imediatamente, garantindo que se verifique a qualidade do software ao longo de todo o processo de produção.
Quais os grupos de testes contínuos?
Para entender melhor os testes contínuos, é importante destacar quais são seus grupos de execução. A seguir, detalharemos 3 deles.
Smoke Tests
Smoke Tests consistem na execução dentro do pipeline de um conjunto limitado de testes de funções e fluxos fundamentais da aplicação.
Sendo assim, esses testes direcionam-se a áreas do software que têm um potencial de risco para o negócio e para o usuário, com o objetivo de garantir o funcionamento contínuo a cada atualização.
A execução desses testes, após a atualização da aplicação, permite identificar falhas nos cenários mais essenciais. Então, caso algum bug seja detectado, é possível impedi-lo para que a aplicação seja movida para outros ambientes.
Regression Tests
O Regression Test se baseia na reexecução dos cenários de teste de uma aplicação, de forma programada. Posto isso, esses testes não se relacionam diretamente com o pipeline do software, ou seja, não interferem na promoção do código para os demais ambientes.
Suas funções são de garantir a atuação contínua de todas as funcionalidades e fluxos da aplicação, mesmo aquelas que não foram abordadas durante o Smoke Test.
Lembrando que se o Smoke Test for bem-sucedido, o Regression Test se inicia. Porém, se o primeiro falhar, a construção do segundo também falhará e não será executado. Qualquer bug identificado durante os testes de regressão precisa ser notificado e corrigido.
Performance Tests
O grupo de testes de Performance faz parte do teste contínuo e se concentra em avaliar o desempenho da aplicação (como carga, estresse, robustez, aceleração, etc.) por meio de reexecuções periódicas agendadas.
Embora os testes de Smoke e Regression garantam a funcionalidade dos cenários, é importante avaliar a performance de forma constante para evitar degradações e garantir o cumprimento dos critérios não funcionais.
O diagrama abaixo ilustra o fluxo do teste contínuo: o sucesso no teste de Smoke é fundamental para realizar o deploy no ambiente de teste e, posteriormente, executar os testes automatizados ou manuais, incluindo os Regression Tests e Performance Tests.
Os três grupos de testes são executados em um ambiente separado do ambiente de teste para uma integração mais coerente no pipeline.
Atributos dos testes contínuos
O teste contínuo apresenta características cruciais que se deve enfatizar:
- Alocar verbas adequadas para testes e demonstrar na atualização de habilidades de teste;
- Acompanhar a frequência de lançamentos e apoiar o Continuous Delivery;
- Integrar testadores como parte da equipe de Continuous Integration;
- Automatizar testes funcionais de forma abrangente;
- Aplicar o Shift-left Testing, que consiste em iniciar o ciclo de vida de desenvolvimento com testes.
Ao adotar essas cinco práticas, o teste passa a ser uma oportunidade de aumentar a velocidade e eficiência, em vez de ser um obstáculo para entregas mais rápidas.
Quais as diferenças entre testes funcionais e testes não funcionais?
Agora que você entendeu melhor sobre o tema de testes contínuos, conheça as diferenças entre os testes funcionais e não funcionais.
Testes funcionais
Os testes funcionais são conduzidos para examinar as capacidades, funcionalidades e usabilidade de componentes críticos do negócio. Ou seja, eles asseguram que o software realize suas funções sem falhas, além de verificarem a correspondência do programa com as especificações listadas no SRS (Software Requirement Specification, especificação de requisitos do software).
Vários tipos de testes funcionais existem, incluindo testes unitários, de interface, de regressão e outros. Veja dois deles a seguir.
Teste unitário
O exame unitário se concentra em testar as partes individuais de um aplicativo no início do ciclo de vida de desenvolvimento.
Assim, funções, procedimentos, métodos e módulos são testados separadamente para avaliar seu comportamento e correção. Inclusive, esse é o primeiro teste que os desenvolvedores realizam durante o processo de desenvolvimento.
Testes de integração
Os testes de integração envolvem o exame de vários módulos de um aplicativo juntos.
Um software é composto por vários submódulos que trabalham em conjunto para realizar diferentes funções. Dessa forma, seus objetivos são de verificar a integração desses módulos e, com base nisso, identificar problemas e bugs relacionados.
Testes não funcionais
O teste não funcional é semelhante ao funcional, mas concentra-se em avaliar o desempenho do software em relação a fatores como confiabilidade, escalabilidade, usabilidade, etc. sob carga.
Dessa forma, testes não funcionais, como testes de carga e estresse, são normalmente realizados usando soluções e ferramentas de automação. Além dos testes de desempenho, outros tipos de testes não funcionais incluem ações de instalação, confiabilidade e segurança.
O Teste de Desempenho, por exemplo, é uma forma de teste não funcional que avalia a velocidade, estabilidade e escalabilidade de um aplicativo de software.
A função dessa estratégia é verificar o desempenho do aplicativo em relação a diferentes benchmarks, como uso da CPU, velocidade de carga de página, gerenciamento de tráfego de pico, uso de recursos do servidor, etc. Existem vários tipos de testes de desempenho, como testes de carga e testes de estresse.
Quais os benefícios de contar com os testes contínuos na sua empresa?
Verificar a qualidade do software envolve a realização de testes, tendo em vista que o código pode ter falhas. Deixar para identificar erros no final pode acarretar atrasos e custos elevados. Dessa maneira, a aplicação de testes contínuos garante a qualidade esperada do produto final e apresenta vários outros benefícios. Veja quais são a seguir.
Retornos precisos
Com testes contínuos, os retornos geram-se rapidamente e de forma precisa – garantindo a compatibilidade das funcionalidades antes do lançamento. Em comparação a modelos de teste tradicionais, que são executados no final do pipeline, eles possibilitam retornos mais frequentes, o que evita bastante os problemas.
Eficiência nos testes
Realizar testes contínuos oferece oportunidades de melhorias. É importante que a equipe determine quais testes executarão em cada etapa e se será necessário utilizar shift left ou shift right no pipeline. Além disso, é preciso monitorar e aperfeiçoar os testes para evitar resultados falsos.
Colaboração de equipes
A aplicação de testes contínuos permite uma maior colaboração entre equipes, já que se faz as avaliações de qualidade ao longo do processo. Isso vai de encontro aos testes tradicionais, que são entregues aos testers de qualidade somente ao final.
Experiência do usuário
Os testes contínuos geram valor na experiência do usuário, o que impede que erros e falhas cheguem ao produto final. Além disso, eles melhoram a estabilidade da aplicação ao longo do processo, por meio de testes de usabilidade e performance.
Tomada de decisões estratégicas
Com a adoção de práticas DevOps, como o Continuous Delivery, o tempo entre o lançamento e o processo de desenvolvimento das aplicações reduz drasticamente. Esse cenário é ideal para se manter competitivo no mercado e, dessa forma, aproveitar corretamente os benefícios dos testes contínuos.
Enfim, viu como os testes contínuos podem fazer total diferença em sua empresa? Eles fornecem feedbacks precisos que vão além de questões de estabilidade e bugs. Com essa estratégia, é possível ter um maior entendimento do seu negócio, permitindo que você saiba quando e como realizar modificações em aplicações.
Gostou deste conteúdo? Que tal saber agora o que são e como os testes não funcionais podem ajudar a melhorar suas aplicações?